sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O Areal de Quaraí

Os problemas de caráter ambiental que vem ocorrendo no Rio Grande do Sul são provenientes, na maioria dos casos, do modo de apropriação do espaço natural da região. Muitos problemas atingem diretamente a vida das pessoas e um dos impactos ambientais mais visíveis e significativos vem acontecendo no sudoeste do estado do Rio Grande do Sul: a desertificação, problema causado pelas ações humanas. Desertificação corresponde à transformação de uma determinada área em deserto.
A área afetada por esse processo fica em Quaraí (RS). Atualmente, tal lugar possui um aspecto similar às paisagens de desertos áridos, compostos por solos arenosos e formação de dunas. Por causa das características apresentadas, acredita-se que o fenômeno é um processo de desertificação climática, ou seja, natural.
Entretanto, essa idéia é totalmente errônea, uma vez que nessa região as chuvas são relativamente bem distribuídas durante o ano. Além disso, os índices pluviométricos anuais giram em torno de 1.000 mm, algo que não ocorre em áreas desérticas.
Na realidade, o que está acontecendo é um processo de desertificação ecológica, isso quer dizer, provocado pelo homem em suas atividades rurais (criação de gado, agricultura monocultora). A partir da retirada da cobertura vegetal para tais finalidades, o solo ficou descoberto. Assim, as areias contidas no mesmo vão sendo dispersas pela ação dos ventos que sopram abundantemente no local, proporcionando a intensificação do processo e ocasionando uma profunda transformação na paisagem.
Satélite


Foto do Areal


Mapa dos "desertos" dos pampas


Vista da BR-293

Horizonte do Areal de Quaraí

Fotos do Areal

Imagem do Satélite

Imagem do Satélite

Imagem do Satélite



Foto do Areal


Foto do Areal




quarta-feira, 13 de outubro de 2010

QUARAIENSES ILUSTRES

Luiz Menezes

Luiz Menezes, filho de Franklin Menezes e Carlota Carvalho de Menezes, nasceu em Quarai no dia 20 de maio de 1922 e faleceu na sua cidade natal em 12 de outubro de 2005. A convivência com o modo de produção semifeudal da fronteira rio-grandense da primeira metade do Século XX marcou em definitivo sua obra.
A exemplo de tantos outros quaraienses que se destacaram na história literária do Rio Grande do Sul, mudou-se para Porto Alegre. Ali, em 1952, iniciou sua carreira de radialista. Convidado pelo já consagrado poeta Lauro Pereira Rodrigues passou a integrar a equipe do programa “Campereadas” na Rádio Gaúcha. Naquela emissora apresentou programas, cantando e interpretando acompanhado por ele mesmo ao violão. Além disso, apresentou programas de rádio-teatro, escrevendo peças e participando como ator.
Em 1954 escreveu “Piazito Carreteiro”. Gravada, contribuiu para aumentar a popularidade do Ator, tornando-se um clássico da música regional gaúcha. Em 1955 transferiu-se para a Rádio Gaúcha, onde se uniu ao uruguaianense Darcy Fagundes (1925 – 22 de junho de 1984) para produzir e apresentar o “Grande Rodeio Coringa”. O programa, iniciado em 1º de maio daquele ano, ia ao ar das 20 horas às 22 horas. Durante mais de 15 anos foi o programa de maior audiência do rádio sul-rio-grandense, apresentado sempre pela dupla inseparável de radialistas.
Pelo “Grande Rodeio Coringa” passaram os mais importantes cantores e compositores gaúchos do século passado. Teixeirinha e Mary Terezinha, Gildo de Freitas e Os Irmãos Berttuzzi, Os Mirins e Os Três Chirus tornaram-se universalmente conhecidos ao divulgarem suas músicas no programa.
O Grande Rodeio Coringa contribuiu para a consolidação do Movimento Tradicionalista Gaúcho. Nas mansões e nos barracos das grandes cidades; nas sedes e nos galpões das estâncias e fazendas; nos ranchos dos posteiros e nos veículos automotores, tanto no Rio Grande do Sul quanto nos mais diversos pontos da Federação, a música e a poesia gauchesca eram acompanhadas e admiradas, sob os elogios de Darcy Fagundes e Luiz Menezes.
Luiz Menezes escreveu diversas letras de música, entre elas “Última Lembrança”, que se transformou em outro clássico do cancioneiro popular do Sul. Quase todos os conjuntos regionais gravaram-na. O próprio Luiz Menezes gravou 4 LPs e 1 CD. Além disso, foi colunista dos jornais “A Hora” e “Diário de Notícias”, de Porto Alegre. Introduziu a milonga, ritmo platino, em nosso Estado, com a “Milonga de Contrabando”. Recebeu diversos prêmios por suas atividades culturais. Funcionário público estadual, aposentou-se como Diretor do Departamento de Diversões Públicas do Estado do Rio Grande do Sul.
Foi casado com Haydeé Menezes, com quem teve sete filhos. Viúvo, casou pela segunda vez, tendo mais um filho. Aposentado voltou a residir em sua terra natal, onde foi secretário municipal da Cultura. Ali escrevia uma crônica semanal na “Folha de Quaraí”, que era apresentada por ele mesmo na “Rádio Quarai”.
Em vida publicou quatro livros: “TOPA AMARGA” (Martins Livreiro – Editor, Porto Alegre, 1982); “Além do Horizonte” (Martins Livreiro – Editor, Porto Alegre, 1986); “Chão Batido” (Martins Livreiro – Editor, Porto Alegre, 1995) e “50 ANOS DE POESIA: ANTOLOGIA POÉTICA” (Martins Livreiro – Editor, 2ª Edição, Porto Alegre, 2005). Numa espécie de nota introdutória que escreveu para “TROPA AMARGA”, in titulada “RAZÃO DE UM LIVRO”.
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Dyonélio Machado

Dionélio Tubino Machado (Quaraí, 21 de agosto de 1895 — Porto Alegre, 1985) foi um escritor (romancista, contista, ensaísta, poeta), jornalista, médico e militante comunista brasileiro. Foi um dos principais expoentes da segunda geração do Modernismo no Brasil.
Dionélio era filho de Sylvio Rodrigues Machado e de Elvira Tubino Machado. Ainda criança, seu pai foi assassinado, acontecimento que lhe marcaria para sempre a existência. Com apenas oito anos, vendia bilhetes de loteria para ajudar no sustento da família pobre - a mãe e o irmão Severino.
A pobreza familiar não o impediu, contudo, de continuar estudando. Dyonélio dava aulas para os meninos das classes mais atrasadas e, em troca, ele e seu irmão podiam estudar sem pagar a matrícula da escola. Aos doze anos, trabalhava como servente no semanário O Quaraí, onde começou a se entrosar com a intelectualidade local. Veio daí, provavelmente, o gosto pelo jornalismo, que o acompanharia pelo resto da vida. Lá mesmo, em Quaraí, fundou, por volta de 1911, o jornal O Martelo, nome sugestivo e que já demonstrava o seu interesse pelo comunismo.
De 1924 a 1929, dedicou-se ao estudo da Medicina, em Porto Alegre. Fez especialização em psiquiatria no Rio de Janeiro, junto com Antônio Austregésilo. Foi um dos principais responsáveis pela divulgação da psicanálise no Rio Grande do Sul. A medicina foi sua atividade mais constante ao longo da vida e, mais que isso, foi o seu ganha-pão, além de uma paixão que muitas vezes se infiltrava em sua literatura.
Em 1934 traduziu a obra Elementos de Psicanálise de Edoardo Weiss, leitura obrigatória na introdução à psicanálise. Nessa época, já aplicava seus conhecimentos psicanalíticos para o tratamento de doentes psiquiátricos.
Com o interesse crescente pelo jornalismo e pela literatura, começou a freqüentar o círculo de Porto Alegre conhecido como "a turma da Praça da Harmonia", dos quais faziam parte o também médico Celestino Prunes, Eduardo Guimarães, Alceu Wamosy e Almir Alves.
Iniciou sua obra ficcional com os contos de Um Pobre Homem (1927). Entre suas obras estão Os Ratos (1935), aclamado como sua obra-prima, O louco do Cati (1942), Deuses econômicos (1966), Endiabrados (1980), Fada (1982) Ele vem do fundão [1982] e O estadista. Sua obra foi apenas reconhecida tardiamente, tendo recebido destaque nos meios acadêmicos apenas a partir da década de 1990, assim mesmo de maneira muito superficial diante da qualidade de seus textos. O psicológico está bastante enraigado em sua obra, como deixam transparecer O louco do Cati e Os ratos.
A história de sua resistência intelectual é contada em O Cheiro de Coisa Viva, volume publicado postumamente pela Graphia Editorial, que reúne entrevistas, reflexões dispersas e O Estadista, romance inédito até então.
Dyonélio foi ainda um dos fundadores da pioneira Associação Rio-grandense de Imprensa (ARI) e, mais tarde, colaborador dos jornais Correio do Povo e Diário de Notícias, da capital gaúcha. Em 1946, com Décio Freitas, fundou o jornal Tribuna Gaúcha, porta-voz do Partido Comunista Brasileiro.
A militância política tornou-se uma extensão de suas atividades como médico e escritor. Membro dedicado do Partido Comunista Brasileiro, em 1935 foi acusado de atentar contra a ordem política e social ao trabalhar para a realização de uma greve de gráficos. Solto mediante sursis, voltou a ser preso no mesmo ano, por ocasião da Intentona Comunista.
As posições ideológicas de Dyonélio custaram-lhe dois anos de sua vida, passados em prisões políticas. Mas suas convicções de homem de esquerda não ficaram abaladas com estes fatos. Tanto é que, em 1947, com o PCB na legalidade, ele se elegeu deputado estadual pelo partido e se tornou líder da sua bancada na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul.
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Cyro Martins


Nasceu em Quarai, na fronteira sudoeste, filho de um pequeno comerciante da região. Com 12 anos, mudou-se para Porto Alegre a fim de fazer o antigo ginásio e o curso científico no colégio Anchieta. Ingressou na Faculdade de Medicina em 1928, formando-se em 1933. Retornou a sua cidade natal, lá exercendo a atividade médica durante três anos. Conheceu então a miséria social instituída pela crescente modernização do latifúndio na campanha rio-grandense e que, em seguida, documentaria em sua obra narrativa, pois Sem rumo, que abre a célebre trilogia do gaúcho a pé, é de 1937. No ano de 1938, Cyro Martins estudou neurologia no Rio de Janeiro. Ao voltar, fixou-se de vez em Porto Alegre, de onde sairia apenas no período 1951-1955, vivendo em Buenos Aires onde realizou sua formação psicanalítica. Dividido entre a psicanálise e a literatura, o ensaio e a ficção, converteu-se numa das figuras intelectuais mais respeitadas no Rio Grande do Sul.
OBRAS PRINCIPAIS
A trilogia do gaúcho a pé: Sem rumo (1937); Porteira fechada (1944); Estrada nova (1954).
Outras obras: Campo fora (1934); Um menino vai para o colégio (1942); Sombras na correnteza (1979); O príncipe da vila (1982); Gaúchos no Obelisco (1984).

Além disso, escreveu ensaios psicanalíticos e literários.

O esforço documental, a transformação dos indivíduos em representações explícitas de classes sociais, o didatismo com que se apresenta a vida econômica e política de uma região e a descrição implacável da miséria a que estão condenadas as camadas populares que ali vivem constituem o receituário do neo-realismo de 1930, do qual Cyro Martins é uma das expressões mais acabadas.
De certa maneira, Cyro Martins parte da mesma temática de Erico Verissimo: o Rio Grande pastoril, das imensas fazendas, da grande produção de couros e carne. Mas a diferença entre ambos está no grupo social que expressam: Erico prefere fazer a saga da classe dominante de sua origem à sua decadência; Cyro opta pelos desvalidos do pampa: pequenos arrendatários, agregados, posteiros, peões, carreteiros, gente que perdeu o pouco que possuía e que vaga sem destino pela campanha.

No plano da escrita, Erico, mantém invariavelmente o padrão culto da língua, ao passo que autor da trilogia do gaúcho a pé introduz em seus textos, em especial nos diálogos, vocábulos e expressões regionais. O léxico gauchesco, de origem platina, é usado, entretanto, de maneira circunstancial, pois a linguagem dominante de suas narrações é também a urbana culta.
A TRILOGIA DO GAÚCHO A PÉ
Nas primeiras décadas do século XX, o transporte ferroviário, as cercas de arame farpado, as pastagens artificiais e a divisão das grandes propriedades tinham reduzido a necessidade de mão-de-obra na atividade pastoril. Em um conjunto de romances pungentes – designados como trilogia do gaúcho a pé*(Sem rumo, Porteira fechada, Estrada nova) – Cyro Martins fixa este processo de expulsão dos trabalhadores do campo, face à inexorável modernização capitalista das estâncias.
Despejados das fazendas, esses tipos rudes marcham para os cinturões de miséria que envolvem as cidades do pampa, sem possuir qualquer qualificação para o trabalho citadino. O desemprego é inevitável assim como a bebida e a depressão. Sem alternativas, voltam-se nostalgicamente para o passado, que pintam como uma época de ouro. Daí à marginalização é apenas um passo.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Fotos de Quaraí



Praça General Osório

Igreja São João Batista

Estátua em homenagem às mães de Quaraí


Imagem pitoresca da Praça General Osório









Mais Fotos de Quaraí

Praça General Osório em Quaraí

Cerro do Jarau

Início da Ponte da Concórdia (lado do Quaraí)


Vista aérea da Prefeitura Municipal e da praça



Vista aérea da cidade de Quaraí



Fotos de Artigas


Estação rodoviária de Artigas - ROU

Los trenes em Artigas


Plaza General Artigas



Início da Lecueder em Artigas